segunda-feira, 26 de setembro de 2011 | By: Samba do Machucador de Cruz das Almas-Ba

HISTÓRICO

O grupo “Samba do Machucador” foi realização do sonho da Professora Telma Carvalho de Jesus em preservar as nossas heranças culturais e o resgate da cultura do samba de roda na cidade de Cruz das Almas. Por acreditar e vivenciar a vasta bagagem cultural que os negros e negras trouxeram para a construção da nossa Nação.
Formado por sua maioria de mulheres negras e pessoas da comunidade. Essas mulheres que há muito fora escravizadas e não perderam suas origens, valorizando sua ancestralidade e fazendo a releitura de suas histórias de vida. Mulheres que cresceram vendo e ouvindo, as batidas dos machucadores que suas mães e avós trabalhadoras de armazéns de fumo e cozinheiras das casas grandes dos fazendeiros da região. Sem perder suas riquezas e encantos, conseguiram transformar suas tristezas em alegrias e seguem contagiando com as batidas dos seus machucadores. Assim Contudo, essas mulheres guerreiras não perderam a sua graça e encanto, apesar de todo cansaço do dia inteiro de labuta, não desanimavam e faziam os temperos das comidas nas casas dos senhores, aproveitavam o som do machucador de madeira e tigela, criavam ritmos e cantavam canções de insulto e saudades. Assim nasceu o Samba do Machucador que hoje segue cantando o refrão da cultura popular: “Minha mãe me deu de machucador, eu não sou pimenta, minha mãe me machucou”. Formado por mulheres e homens negros e pessoas da comunidade, fazem releituras autênticas dos sambas cantados nas festas tradicionais na Zona Rural.
Vencendo preconceitos e quebrando as barreiras, o samba vem se desenvolvendo de forma surpreendente com apresentações belíssimas com o autêntico samba de roda do Recôncavo baiano. O grupo trabalha duas vertentes do Samba de Roda: Samba chula – considerado a forma mais primitiva do samba, onde os participantes não sambam enquanto os cantores entoam a chula em forma de poesia e a dança só começa depois disso. Samba corrido - onde todos sambam enquanto dois solistas e o coral se alternam no canto. É maravilhoso!
Foi nessa vertente que a percussão, oriunda do batuque africano, se fez mais presente.